Veja o nível técnico do jogador de futebol universitário nos EUA
As 4 razões para entender como os estudantes-atletas dos Estados Unidos possuem um nível técnico de alta qualidade.
Tayná Bandeira
É conhecido o fato de que o futebol universitário nos EUA é amador. Estudantes-atletas não possuem contratos e nem são remunerados. A liga universitária é a divisão de base dos americanos. Em países europeus, e até mesmo no Brasil, o nível técnico das categorias que precedem o âmbito profissional é alto e extremamente competitivo.
Nos EUA, algumas regrinhas impostas pelas ligas universitárias impedem que o nível, em um primeiro momento, se equipare ao de outros países. Mas, a longo prazo, esses fatores podem vir a ser diferenciais, caminhando junto com o desenvolvimento e a evolução geral do futebol universitário nos EUA.
O limite de idade
A regra de limite de idade para ser aceito como atleta em uma faculdade norte-americana é um dos principais fatores de controle sobre o nível técnico das equipes. Os americanos acreditam que o futebol universitário nos EUA deve ser o celeiro formador, a categoria de base.
O processo natural é o estudante-atleta terminar os estudos do ensino médio (high school), e ingressar em uma faculdade. Normalmente esse processo de transição se dá quando o jovem tem entre 17 e 19 anos.
Na NCAA, maior liga universitária do país, por exemplo, o limite máximo de idade para ser aceito em uma equipe universitária é de 21 anos. Por um lado, isso limita um pouco o nível técnico, sim. Por outro, essa “limitação” significa que o nível será quase que uniforme. Os jovens jogadores que estarão competindo terão uma experiência e background bem parecido. A liga é muito competitiva com jovens bastante talentosos.
– Tenho 23 anos, portanto não tenho chances de jogar por uma faculdade americana?
Negativo! A NAIA, segunda maior liga universitária do país, não possui uma regra de limite de idade. O atleta pode ser aceito com 22, 23, 24 anos, etc. Vale ressaltar que, quanto mais velho, mas difícil será o processo de aceitação.
Apesar de a liga não especificar um limite de idade, outras regras, como quantidade de anos após a graduação no ensino médio, podem dificultar a sua aceitação por parte da liga.
O status de amador
Provavelmente, a regra que mais define a qualidade do nível técnico no futebol universitário americano é a proibição de qualquer atleta, que já tenha jogado futebol profissionalmente, participar; o que é uma medida mais que justa. A regra é simples: o estudante-atleta não pode ter assinado um contrato profissional por nenhum clube que seja nem na Europa, nem no Brasil.
Se o jovem jogou nas categorias de base do Flamengo por exemplo, mas não chegou a disputar partidas profissionais, ele estará apto a jogar. Novamente, o nível será um pouco abaixo de um clube profissional, mas as universidades são o local destinado para o desenvolvimento do atleta.
A aceitação de jogadores com anos de experiência em um clube do Brasileirão, por exemplo, desequilibraria a competitividade, prejudicando os jovens atletas que ainda se encontram em evolução, sonhando em chegar ao nível profissional.
Rotina dividida com os estudos
Jogadores inteligentes são melhores jogadores e isso é um fato. Uma grande vantagem do nível do futebol universitário nos EUA é o preparo intelectual dos atletas. Parece algo bobo, mas por TODOS os atletas estarem dividindo o tempo de treinamentos com o tempo nas salas de aula, as equipes esportivas nunca passarão por momentos nos quais a falta da educação dos jovens atrapalhará no resultado do trabalho, como acontece por muitas vezes nas categorias de base do Brasil.
A necessidade de comprometimento de ambas as atividades – treinos e estudos – simultaneamente, também desenvolve um senso de responsabilidade para com a dedicação. O aluno sabe que tem que estudar muito para manter boa nota e estar apto a jogar, como sabe também que, se não render bem em campo, pode acabar perdendo a bolsa.
Ou seja, o foco na sua evolução técnica é constante, fazendo com que a liga tenha sempre atletas 100% focados, o que obviamente mantém alta a competitividade.
A cultura dos esportes nos EUA
Todos sabem que o futebol (soccer) nunca foi um dos principais esportes nos EUA. No Brasil, temos uma quantidade enorme de jovens craques de futebol, não porque os brasileiros nascem com esse dom, mas sim, porque praticam o esporte desde os dois anos de idade em cada esquina.
A matemática é simples: se a maioria das crianças brasileiras chutam uma bola dentro de casa assim que começam a andar, teremos milhares de bons jovens aspirantes a jogadores. Nos EUA, milhares de crianças arremessam bolas desde pequenas, seja jogando futebol americano, basquete ou baseball.
Até alguns anos atrás, era muito difícil ver, nas ruas e nos parques, jovens interessados em futebol. Isso mudou! Com o crescimento da MLS e das ligas universitárias, o americano tem “abraçado” cada vez mais o futebol. Devido a esse motivo, os técnicos universitários têm se surpreendido com o nível técnico dos jovens americanos que têm chegado nos Colleges nos últimos anos.
O nível desses atletas, que nos últimos 10 anos vêm se dedicando a chutar a bola em vez de arremessá-la, já é assustadoramente melhor que os que chegavam aos profissionais há uma década atrás.
Os jogadores internacionais
Além dessa evidente evolução técnica do jovem atleta norte-americano, um fator colaborou muito para a drástica melhora do nível do futebol universitário nos EUA de uma maneira geral: o investimento em estudantes-atletas estrangeiros.
Assim como o Brasil tem exportado cada vez mais jovens em busca do sonho de jogar futebol lá fora, outros reconhecidos como potências dentro das quatro linhas, como Espanha, Inglaterra, Alemanha e Argentina, têm seguido o mesmo caminho.
Na Europa, por exemplo, apesar de a grande maioria dos países serem países desenvolvidos, com ótimos sistemas de educação e incentivo ao esporte, não existe um campeonato universitário com a estrutura e o investimento dos EUA.
Jovens de 17, 18 anos, que possuem uma qualidade técnica suficientemente à altura de um clube profissional, resolvem optar por cruzar o atlântico rumo à terra do Soccer, onde sabem que terão uma melhor oportunidade para conciliar os estudos com o futebol.
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