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18 de outubro de 2015

3 dicas para quem quer jogar futebol e estudar nos EUA

Enquanto no Brasil, um garoto que sonha em ser profissional em algum esporte, em certo momento da sua juventude se vê obrigado a fazer a difícil escolha de estudar ou se dedicar aos treinamentos, nos Estados Unidos o jovem atleta não tem escolha: ou segue as regras da institução de ensino que ele representa, ou sua permanência e bolsa poderão ser prejudicadas. É por isso que é muito importante manter as boas notas, um bom comportamento dentro da universidade e um ótimo relacionamento com os seus treinadores e colegas de times.


 Yalli Oliveira - Oklahoma Baptist University

Enquanto no Brasil, um garoto que sonha em ser profissional em algum esporte, em certo momento da sua juventude se vê obrigado a fazer a difícil escolha de estudar ou se dedicar aos treinamentos, nos Estados Unidos o jovem atleta não tem escolha: ou segue as regras da institução de ensino que ele representa, ou sua permanência e bolsa poderão ser prejudicadas. É por isso que é muito importante manter as boas notas, um bom comportamento dentro da universidade e um ótimo relacionamento com os seus treinadores e colegas de times.

1. Siga as regras da instituição que você estuda

Uma das principais críticas ao futebol brasileiro ou, mais especificamente, ao jogador de futebol brasileiro é, sem sombras de dúvida, o nível de sua educação. E educação de uma maneira geral. Começando pela base familiar, passando pelos estudos, pela maneira de se comportar e se relacionar com seus pais, parentes, professores, amigos e treinadores, e chegando até à sua capacidade de se comunicar. Frequentemente, atletas brasileiros acabam se perdendo no meio do caminho, tomando decisões e escolhas erradas, exatamente por não terem tido uma boa educação. E, por muitas vezes, esses atletas acabam passando por dificuldades de adaptação e de crescimento pessoal e profissional por não estarem bem preparados para enfrentar alguns tipos de situações. Isso fica evidente, por exemplo, quando um jovem atleta brasileiro tem de se expressar perante às câmeras, dar uma entrevista coletiva. É notória a falta de clareza e de vocabulário e, muitas vezes, até de entendimento do que está sendo perguntado e discutido sobre determinado assunto. Já nos Estados Unidos, a diferença é muito grande em relação a isso. Você percebe nitidamente que o atleta entrevistado sabe do que está falando, que ele tem uma boa formação e que está bem preparado para aquele momento. E isso, obviamente, não é obra do acaso.

2. Mantenha as boas notas

Nos Estados Unidos, o esporte funciona como um incentivo ao estudo. Para jogar futebol e estudar nos EUA, o aluno, além de concorrer a bolsas esportivas de até 100% pelo seu desempenho dentro de campo, também precisa manter um bom desempenho nas salas de aula pra continuar recebendo essa bolsa de estudos durante todo o seu ciclo de estudante-atleta. Não é porque o atleta assinou uma bolsa de 100% válida pelos 4 anos de faculdade, por exemplo, que ele está garantido de continuar recebendo essa mesma bolsa até a sua graduação. Existem várias regras bem rígidas na liga universitária americana que exigem que o atleta mantenha um bom desempenho escolar, bom relacionamento com seus companheiros e treinadores, assim como para com os seus professores. Um bom exemplo é a média escolar. Nas universidades brasileiras, essa média é chamada de CR (Coeficiente de Rendimento), que nada mais é o índice de rendimento do aluno baseado em suas notas nas disciplinas cursadas. Nos Estados Unidos funciona da mesma forma. Só que o “CR” aqui é chamado de GPA (Grade Point Average), que numa tradução livre seria mais ou menos “Média de Nota por Pontos”. Aqui, o GPA vai de 0.0 a 4.0, e um GPA considerado bom é geralmente acima de 3.0. E é aí que vem a grande diferença do sistema de educação atrelado ao esporte dos EUA. No Brasil, se um estudante tem notas baixas e um CR ruim, isso não afeta em nada o seu desempenho esportivo e, consequentemente, o seu sonho de se tornar um atleta profissional.

Já aqui nos Estados Unidos, se um atleta fecha o semestre com o GPA abaixo de 2.0, ele automaticamente perde toda a sua bolsa esportiva. Tudo. Desde o valor da anuidade escolar, até o valor de custo da moradia e do plano de alimentação. E não há jeitinho que resolva, como muitas vezes vemos no Brasil. Aqui a matemática é simples: Perdeu em matérias, tirou nota baixa, o aluno perde a bolsa de estudos. E também não adianta ter dinheiro e achar que, caso isso aconteça, você pode pagar a universidade do seu bolso, porque, além de perder a bolsa esportiva, o aluno perde também o DIREITO de jogar. Pois, assim como no Brasil, o semestre acadêmico aqui é organizado por créditos, e, pra jogar futebol por uma universidade americana, na NAIA (uma das principais ligas daqui), por exemplo, o atleta precisa ter, no mínimo, 12 créditos por semestre, o que significa estar inscrito em 4 matérias, já que cada matéria equivale a 3 créditos. Portanto, se um aluno inscrito em quatro aulas, perde em uma dessas matérias, ele fica com um total de 9 créditos ao fim do semestre, e terá de se recuperar no próximo semestre, pegando uma carga de 15 créditos (5 aulas). Mas, até lá, esse aluno torna-se inelegível pra jogar. Isso mesmo. Ele não pode entrar em campo durante todo o semestre porque não tem créditos acadêmicos suficientes.

3. Seja bem relacionado com os seus treinadores e colegas de time

Outro bom exemplo, esse no que diz respeito ao bom comportamento, são as punições aplicadas pela comissão técnica e pela diretoria atlética da universidade, em caso de conduta inadequada do atleta/aluno. Na Lindsey Wilson College (minha atual faculdade), ano passado, em uma viagem pra Flórida pra disputa do Campeonato Nacional do Futebol Universitário, três atletas resolveram ‘fugir’ da concentração e ir pra noite, na véspera de um jogo importante. Beberam, se divertiram e acharam que estava tudo tranquilo, que o ato de indisciplina que cometeram não ia dar em nada. Pois bem, o treinador ficou sabendo, suspendeu os três imediatamente (não participaram do torneio), e, assim que retornaram da viagem, os três tiveram suas bolsas esportivas rescindidas e foram expulsos da faculdade.

Talvez tenha sido uma medida muito radical, porque a LWC é uma faculdade cristã que preza muito pelos valores e princípios dos seus estudantes/atletas. Mas é assim que as coisas funcionam por aqui na grande maioria das universidades. Umas vão ser um pouco mais restritas, outra menos. Mas todas fazem cumprir suas regras. Vão educar os seus atletas, acostumá-los sobre comportamento, convivência e respeito, e ensiná-los desde cedo que, aqui nos Estados Unidos, os estudos vêm em primeiro lugar e que, quando assunto é educação, não existe meio termo.

Texto por: Cauê Salgado

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