Como o atleta pode virar um jogador profissional nos EUA?

Confira abaixo um resumo explicativo sobre como um atleta de futebol universitário pode alcançar o patamar do futebol profissional nos Estados Unidos.

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A decisão de muitos jovens brasileiros de embarcar para os Estados Unidos e ser um futuro jogador profissional é movida pela enorme concorrência e dificuldade encontrada para se tornar um jogador profissional de futebol no Brasil.

O caminho alternativo, através dos estudos na terra do Tio Sam, tem se tornado algo cada vez mais comum e a infraestrutura encontrada em cada universidade faz com que muitos desses atletas se refiram a essa decisão como a melhor já tomada em suas vidas.

Porém, muitos jovens brasileiros ainda possuem um pé atrás, quando surge o assunto da troca da divisão de base do clube profissional em que se encontram por um mundo relativamente desconhecido. Outros atletas, mesmo já cursando e jogando por uma faculdade em solo americano, não conhecem muito bem como funciona o sistema de transição entre o futebol universitário e o futebol profissional, e podem estar perdendo grandes oportunidades de mudança de vida e realização de um sonho.

UNIVERSIDADES COMPETITIVAS

A primeira preocupação do jovem brasileiro que ainda sonha com a carreira profissional de futebol é se certificar (através de uma rápida pesquisa na internet) que a universidade que o ofereceu uma bolsa de estudos tem uma boa equipe de futebol masculino, com campanhas regulares e presença constante no torneio nacional, tanto na liga NCAA, quanto na NAIA.

Algumas faculdades bem tradicionais, como Harvard, uma das mais famosas do mundo, por exemplo, não costumam ter times muito bons no “soccer”. O aluno que se forma nessas faculdades com certeza terá um futuro acadêmico brilhante, e milhares de oportunidades de emprego, mas as chances de assinar um contrato profissional de futebol serão bem pequenas.

Outras faculdades de menores portes, praticamente desconhecidas do grande público, como a Lindsey Wilson College, faculdade da NAIA, por exemplo, colocam de três a quatro jogadores no profissional, todos os anos. Isso se dá porque essas faculdades são reconhecidas no meio interno pela excelência em seus programas esportivos e os olheiros e técnicos profissionais possuem uma relação bem próxima com os técnicos universitários.

DEDICAÇÃO E FOCO TOTAL

O sucesso no meio esportivo segue a mesma fórmula em qualquer lugar do mundo, e não é diferente no esporte universitário dos EUA. A dedicação do estudante-atleta, que sonha com algo a mais no futebol, após o término dos seus estudos, tem que ser sempre maior que a de seus companheiros. Jogador de nível profissional é aquele que sempre chega antes e sai por último nos treinos, faz trabalhos extras dentro e fora de campo, buscando o constante aprimoramento e desenvolvimento técnico, tático e físico.

O jovem que sonha ser visto e reconhecido no nível universitário deve fazer sempre mais dentro das quatro linhas. Os estudos também são muito importantes, até porque, com as notas baixas, qualquer atleta fica impossibilitado de competir. Essa divisão de foco deve ser feita de uma maneira inteligente, de forma que, sem se prejudicar nas salas de aula, o atleta possa ser um exemplo de trabalho dentro da equipe de futebol.

AS ESTATÍSTICAS

Seja essa fórmula justa ou não, nos Estados Unidos, principalmente no nível universitário, o reconhecimento de um bom jogador ainda passa muito pelas suas estatísticas, tanto individuais como coletivas. Marcar gols e dar assistências te colocam sob os holofotes, muito mais rápido do que você imagina.

Isso acontece porque é bastante difícil para os olheiros e técnicos profissionais acompanharem todos os jogos de todas as faculdades do país. Somando as 4 principais ligas, existem mais de 500 times de futebol masculino espalhados pelo país. Portanto, os jogadores em destaque, que atraem os olhares dos profissionais, são geralmente aqueles que estão nas primeiras colocações das listas de estatísticas, como, por exemplo, o artilheiro, o líder em assistência, o goleiro com mais defesas por jogo e as defesas menos vazadas.

Uma curiosidade: é bem comum ver zagueiros artilheiros ganhando prêmios de melhores defensores das conferências das Ligas. Não necessariamente eles foram os melhores defensivamente, mas os seus nomes nas listas de gols marcados chamam e muito a atenção dos agentes de scout. Acontece também de meio-campistas defensivos, os volantes, levarem por vezes o prêmio de melhores jogadores ofensivos, motivado pelo mesmo motivo que os zagueiros artilheiros.

O CAMPENONATO NACIONAL

Os campeonatos nacionais são onde o verdadeiro reconhecimento acontece. Todas as Ligas contam com um sistema que ajuda e favorece os membros dos times profissionais a realizarem um bom e justo trabalho de recrutamento, a começar pelo local onde é disputado. Não existem jogos em casa ou fora de casa. Os campeonatos nacionais são grandes eventos realizados em campo neutro.

Uma localidade é escolhida no início de cada temporada, e todos os times classificados para o torneio se encontram nesse local e jogam entre si, no mesmo estádio, a fase de mata-mata. Aqui as estatísticas até têm o seu valor, mas só até a página dois. Os olheiros, agentes e técnicos profissionais estarão na arquibancada acompanhando cada jogo e tomando anotações. Um campeonato nacional de muito destaque por parte do atleta é quase certeza de um futuro contrato com um time profissional.

PDL

A PDL é a liga de desenvolvimento da Major League Soccer, principal liga profissional de futebol dos EUA. A liga tem duas importantes funções e a primeira delas é manter os atletas ativos durante o verão norte-americano. Ela acontece no período de férias das faculdades, entre maio e agosto, e é a melhor chance que os jogadores universitários têm de se manterem em forma e jogando em um nível alto de competitividade durante esses três meses. A segunda, e mais importante função, é servir como o maior teste para os futuros atletas draftados pela MLS. O torneio nacional da PDL é mais importante que o nacional universitário quando o assunto é a transição para o futebol profissional.

A liga conta com muitos times B dos próprios times da MLS. Times com mesmo dono e presidente, mas com técnicos e elencos focados no desenvolvimento dos jogadores que ainda não estão prontos ou que não tiveram a chance de serem devidamente observados. Para se ter uma ideia, em 2016, 40% dos jogadores draftados pela MLS jogaram a PDL na temporada anterior.

O estudante-atleta que sonha com um contrato profissional deve abrir mão das suas férias e jogar a PDL durante os três meses de verão norte-americano. O retorno profissional após um campeonato de destaque é mais do que garantido.

Conheça o NextCast, o podcast da Next Level Sports

O primeiro NextCast teve como convidado o Diretor acadêmico da Next Level Sports, Jônatas Polesello. Ele falou um pouco sobre sua vida no futebol de base no Brasil e por que escolheu o futebol universitário dos EUA.  Confira dando play abaixo: