Veja as regras para conciliar trabalho e faculdade nos EUA

Confira as principais regras para o estudante internacional poder trabalhar e estudar em uma faculdade nos EUA. Ter boas notas na universidade é um dos fatores importantes na hora de conseguir um emprego.

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Uma dúvida muito frequente entre os jovens brasileiros que decidem partir para uma faculdade nos EUA  em busca do sonho de se tornarem estudantes-atletas é em relação a possibilidade de trabalho.

Mesmo com excelentes bolsas de estudo sendo cada vez mais oferecidas a atletas internacionais, o custo de uma faculdade nos EUA  é muito alto. Além das despesas extras que em diversos casos não são cobertas pela bolsa, como moradia e alimentação, muitos jovens também, por já estarem morando longe de casa, começam a pensar na independência financeira, e optam por não contar com a ajuda dos pais.

Seja qual for o caso, é possível, sim, complementar a renda mensal com trabalho, mas o estudante internacional conta com diversas regras impostas pelo governo norte-americano na hora de arranjar um emprego. Confira abaixo as principais delas:

Empregos somente na faculdade

A primeira e mais importante regra imposta ao estudante internacional que possui o desejo de trabalhar durante seus anos de estudos em uma faculdade nos EUA  é que sua mão de obra é apenas permitida dentro da universidade em que se está matriculado. Qualquer outro tipo de trabalho fora do campus universitário são explicitamente proibidos ao jovem internacional que possui apenas visto de estudante.

Essa regra foi criada pelo governo para beneficiar o jovem americano, que em normais condições já encontra uma certa dificuldade em conseguir um emprego durante os seus anos como graduando.

O governo acredita que não é justo aumentar a concorrência – que já é alta – na procura de empregos por parte dos jovens nascidos nos Estados Unidos. Hoje o número de estrangeiros nas universidades americanas gira em torno de 1 milhão, o que consiste em 5% do total de estudantes.

Observação: algumas faculdades nos EUA possuem escritórios localizados fora do campus universitário, mas como são partes da mesma empresa, ao aluno internacional é permitido, mesmo fora do campus universitário, trabalhar legalmente. Outros exemplos de trabalhos permitidos fora dos limites da faculdade são em eventos de entretenimento conduzidos também pela própria universidade, como jogos esportivos, shows, peças de teatro, etc.

Opções de trabalho

As opções de locais em que o estudante internacional está apto a trabalhar são basicamente qualquer vaga em estabelecimentos situados dentro dos limites do campus universitário. Biblioteca, escritórios de contabilidade, serviço social, academias e restaurantes são alguns dos exemplos mais comuns.

“Existe um McDonald dentro da minha faculdade. Posso trabalhar lá também?”

Sem problema algum. Muitas faculdades possuem restaurantes e lanchonetes terceirizadas atuando dentro de seus domínios. O trabalho em qualquer estabelecimento com sede dentro da faculdade é caracterizado como emprego universitário.

Uma forma comum também de trabalho em uma faculdade nos EUA, mas que requer um pouco mais de qualificação, são os tutoriais de aulas particulares. Nas universidades norte-americanas, cada professor contrata um ou mais tutores para dar apoio extraclasse aos alunos com maior dificuldade em suas matérias. Neste caso, vale lembrar que, além do inglês perfeito, o aluno precisará ser craque também na matéria em que estará dando o tutorial, pois atuará praticamente como um professor substituto.

Carga horária e remuneração

A carga horária de trabalho permitida ao estudante internacional é mais uma das regras inegociáveis dentro do sistema universitário norte-americano. O máximo de trabalho permitido ao aluno estrangeiro são 20 horas por semana.

A divisão de como essas horas são feitas não importa, desde que não ultrapasse esse limite. Geralmente os empregadores são bastante maleáveis quanto à distribuição das horas durante a semana, e à escolha de turnos, pois sabem da vida atribulada de um estudante universitário.

Por exemplo: um aluno aplica para um trabalho na parte da tarde na biblioteca, mas nas terças e quintas ele tem aula de 14h às 18h. O que acontece, muito comumente, é que ele irá trabalhar segunda, quartas e sextas na parte da tarde, e nas terças e quintas completará suas horas restantes de trabalho no turno da manhã ou da noite.

A divisão de horas também pode ser feita de uma forma quebrada. O aluno trabalha 8 horas na segunda e 4 horas na terça, quarta e quinta, tendo a sexta-feira como dia de folga. Esse ajuste dos horários é sempre combinado entre o “patrão” e o “empregado” e não há problema algum, desde que, novamente, as horas somadas durante o período de 7 dias da semana não ultrapassem 20.

Notas acadêmicas

Como em tudo numa faculdade  nos EUA, as notas também contam na hora de arranjar um bom emprego. O seu GPA (média que equivale ao CR no Brasil) é analisado e comparado com o de outros candidatos, e não só nos empregos que lidam diretamente com a sua área de estudos.

Ao aplicar para o trabalho em um restaurante, por exemplo, o candidato com o maior GPA será sempre a primeira opção do empregador. O sistema funciona baseado na meritocracia, estimulando uma concorrência sadia pautada sempre pela busca da evolução contínua em todos os aspectos, mas principalmente no acadêmico.

Treinos e campeonatos

O estudante-atleta com bolsa de estudos que procura um trabalho na universidade tem de se lembrar também que sua primeira obrigação é com a equipe de futebol e seus compromissos, pois é a participação na mesma que cobre o custo de seus estudos. Em época de temporada, é muito difícil conciliar os treinos, jogos, viagens e aulas com esse trabalho extra.

Uma boa dica é que durante a temporada do soccer, que dura de agosto a dezembro, o aluno se mantenha focado nos estudos e no futebol e durante a Spring Season entre janeiro e maio, aonde os compromissos com a equipe de futebol são bem mais brandos, procure então um emprego e junte uma grana da melhor maneira possível.

Outra alternativa, principalmente para aqueles que, mesmo com uma boa bolsa, precisarão muito de um emprego para se manterem na faculdade, é trabalhar durante a temporada de futebol, mas com menos horas. Não existe limite mínimo de horas para se trabalhar por semana, e tudo pode ser bem negociado.