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Preparamos atletas de futebol que desejam jogar e estudar.

2 de outubro de 2012

Conheça a estudante-atleta Nicol Olivares

Confira agora a entrevista com a estudante-atleta Nicol Olivares e veja as dicas da atleta que se destaca no futebol feminino universitário. Ela aproveita e dá dicas para quem gostaria de jogar e estudar nos EUA.


Nicol Olivares - eua
Nicol Olivares.

NLS: conte-nos um pouco da sua trajetória no futebol até agora. Como você começou a jogar até a oportunidade de vir para os EUA?

Eu comecei a jogar Futebol quando tinha 6 anos de idade. Como a grande maioria, comecei jogando no meio de meninos que moravam no meu prédio. No começo, quase ninguém me levou muito a sério, mas com o decorrer do tempo isso acabou se tornando uma coisa normal para todos, até mesmo pros meus pais, que não eram muito a favor de ter uma filha jogando futebol.

Na época, não existiam escolinhas femininas, então grande parte da minha vida acabei treinando com homens, que de certa forma me influenciaram e ensinaram algumas malicias. Finalmente, com 15 anos, ouvi  falar sobre uma suposta escolinha de futebol feminino que ficava em São Januário (sede do clube Vasco da Gama – RJ). Logo, entrei em contato com a técnica (Marina) que me passou as informações necessárias para que eu pudesse fazer parte da “equipe”. Como era uma coisa nova e o número de meninas não era tão grande, nós jogavamos Society (campo sintético). O maior problema de ir treinar em São Januário, era o fato de que ficava à 1 hora e 20 minutos da minha casa. Claro que para mim não foi nenhum sacrifício porque eu era/sou apaixonada pelo esporte. Treinei por volta de um ano e meio no Vasco até decidirem tirar o futebol feminino de sua cede. Depois disso, eu fiquei aproximadamente 8 meses parada, até ouvir sobre um time do Cruzei de futsal feminino, na qual permaneci por 1 ano.

Durante esse ano, uma das minhas amigas do Vasco (Danielle Bertoldo) entrou em contato comigo sobre um suposto time de futebol feminino chamado Team Chicago Brasil (campo). Esse foi o clube na qual eu cresci e aprendi grande parte do que eu sei hoje, porque dentro dele conheci grandes profissionais como Alexandre Mathias, José Carlos Guimarães e Igor Romariz, que me influenciariam a chegar a onde estou hoje.  Eu permaneci aproximadamente 2 anos e meio, e eu posso dizer que foram os dois 2 anos e meio mais difíceis da minha vida. Foi um momento em que tive que conciliar meus estudos com o futebol. Meu dia era baseado em acordar 5:40 da manhã pra começar a malhar as 6hrs, tomar banho na academia e ir correndo pra não chegar tarde na escola. Minhas aulas acabavam 12:45 sendo que meu treino começava as 15hrs na Urca. A solução era levar todo meu material de treino pra aula e depois encontrar com minha mãe no ponto de ônibus com o meu almoço, já que eu demorava aproximadamente 1 hora e 45 minutos para chegar no meu treino que normalmente duravam 3 horas. Entre sair do treino, pegar ônibus , engarrafamento e chegar em casa, eu demorava umas 2hrs e 30 min. Eu lembro de voltar estudando no ônibus, e ao chegar em casa, jantar e ter que ficar acordada até tarde estudando. E assim foi durante dois anos e meio. Contudo, todo esforço teve uma recompensa, na verdade três ; duas passagens (2008 e 2010) na seleção sub-20 do Chile. Em 2008 eu fui cortada e acabei ficando fora do Mundial sub-20, mas em 2010 eu tive a minha primeira participação em um torneio internacional (Campeonato Sul-Americano), na qual terminamos em quarto perdendo a classificação pro Brasil na semifinal. Foi esse campeonato sul-americano que demarcou a minha chegada até aqui. Marcos Siva, esposo de Maíra Negri,  entrou em contato com a atleta Elisa Brito que estava atuando pela seleção brasileira nesse mesmo campeonato. Ele ofereceu bolsa de estudos para que ela fosse fazer parte do time de futebol da Oklahoma Baptist University (OBU). Além disso, ele perguntou sobre supostos contatos com alguma atleta que jogasse na zaga e foi ai que meu nome entrou na jogada também. Elisa passou o meu contato pro Marcos e ele entrou em contato comigo oferecendo uma bolsa para que eu fosse jogar e estudar na OBU. É claro que meu pais ficaram preocupados e com um pé atrás, mas com o tempo tudo pareceu muito profissional e bem planejado. Finalmente em Agosto de 2010 eu cheguei na OBU onde permaneço até hoje. Mesmo estando longe do meu país, fui convocada novamente em Dezembro de 2012 onde acabei participando de mais um campeonato Sul-Americano sub-20 (ultimo da minha categoria).

NLS: Como está sendo sua experiencia nos Estados Unidos?

No começo eu tive uma certa dificuldade para me adaptar com o tipo de futebol físico que é exposto aqui, mas foi exatamente só uma questão de adaptação. Ao mesmo tempo que eu aprendi a jogar mais fisicamente, eles aprenderam um pouco da minha cultura, que é uma questão mais técnica. Em relação ao inglês e a saudade da família, eu posso dizer que não tive grandes dificuldade pois tive diversas pessoas que me ajudaram e estiveram comigo. Aqui, os seus amigos acabam virando a sua família.

NLS: Em qual liga você está jogando atualmente? NCAA? NAIA? Já jogou alguma outra liga? Explique um pouco como é desenvolvida a liga universitária norte-americana na qual você joga.

NAIA é a única liga americana na qual eu venho participando. As regras são bem diferentes em relação ao que conhecemos normalmente. Não se tem acréscimos e o tempo de jogo é mostrado em um painel para os jogadores. As substituições são ilimitadas podendo sair e voltar o mesmo jogador. Em caso de empate em tempo normal, se tem o chamado overtime onde são dados 10 minutos em cada tempo ou o famoso Golden Gol (gol de ouro).

NLS: Quais são as diferenças que você vê entre o futebol feminino no Estados Unidos e o do Brasil?

Sinceramente, todas. Principalmente na parte monetária onde a estrutura e uma das primordiais, tendo campos impecáveis e cada jogo dispondo de um fisioterapeuta do lado de fora do campo em caso de lesões. Contudo, eu sinto falta da paixão do futebol brasileiro que muitas aqui não tem.

NLS: Como foi sua experiência em representar a seleção do seu país?

Com certeza foram momentos únicos que sinceramente não consigo explicar até hoje. A sensação de saber que eu fui escolhida dentre milhões de pessoas para representa-las é simplesmente inexplicável. Só pelo fato de eu ter estado lá dentre as vinte vivenciando tudo isso, já me proporcionou um aprendizado esportivo absurdo. Tirando a experiência de ter jogado contra diversas seleções.

NLS: Qual foi o motivo que levou você a querer jogar uma liga universitária americana?

O fato de saber que no Brasil eu não teria a oportunidade de estudar e jogar ao mesmo tempo. Além disso, a liga americana me proporcionaria um nível muito alto em ambos, na qual me darão possibilidades tanto pro meu futuro esportivo quanto pra um futuro na área de trabalho.

NLS: Você ganha algum tipo de salário ou a universidade que você joga te dá apenas uma bolsa de estudos para que você possa fazer uma graduação?

Só a bolsa. Muitos atletas deixam de vir pelo fato de não receberem dinheiro em mãos, mas esquecem que recebem bolsas altíssimas cada ano, e que no futuro gerarão um resultado monetário melhor, além das oportunidades que eles terão.

NLS: No geral, você acha que valeu a pena sair do Brasil e ir jogar no exterior? Pra você, qual é o ponto mais importante em estar jogando em uma universidade americana?

Com certeza valeu a pena. Mesmo tendo que deixar meu país, meus pais e amigos, acredito que no futuro a recompensa vai ser grande. Além disso, mais cedo ou mais tarde eu teria que deixar a asa dos meus pais. Claro que nós não esperávamos que fosse aos 17 anos, mas sinceramente eu vejo um futuro muito mais promissor em ambas as áreas.

NLS: Como é a sua rotina nos EUA?

Cada semestre eu tenho horários diferentes, até porque os horários das aulas mudam semestralmente. Mas normalmente dentro do possível eu tento malhar e correr pelo menos quatro vezes na semana antes das minhas aulas e depois das aulas tenho treinos com o time das 15 às 18hrs. Depois disso eu procuro estudar e fazer os deveres que foram dados no dia para que não acumulem, já que no primeiro semestre eu não tive uma boa experiência deixando tudo para última hora. Procuro não dormir tarde pois todos os dias são muito cansativos.

NLS: Qual é a sua diversão nas horas vagas?

Gosto de assistir jogos na televisão, ler livros, conversar com minha família, sair com amigos. Na verdade, nada muito movimentado.

NLS: Você enfrentou alguma fase difícil nesse tempo em que você tem estado longe da família e dos amigos?

Acho que a pior parte de estar aqui é não saber exatamente o que esta acontecendo no Brasil e pensar que de repente meus familiares possam estar escondendo alguma coisa pra não me preocupar. Contudo, durante minha estadia aqui eu tive dois momentos que me marcaram muito; eu perdi uma tia e uma tia-avó. Claro que o estar aqui e não poder fazer nada foram os piores sentimentos, além de saber que eu poderia ter dado mais valor pras duas. Mas acredito que Deus tem seus motivos e razões nas qual eu acredito e valorizo muito. Mesmo que na hora nada tivesse feito sentido pra mim, no futuro isso vai me mostrar um propósito, mesmo  que isso tenha acontecido só pra me fazer mais forte.

NLS: Quais seus planos para o futuro?

Eu ainda não tenho planos porque eu não sei se quero continuar jogando ou se vou querer exercer a minha profissão. Mas eu gosto de pelo menos ter o “poder” da escolha, e não só ficar limitada em um caminho.

NLS: Deixe aquele recado para o pessoal que sonha em jogar em uma liga universitária norte-americana.

Vão existir diversas pessoas que vão caminhar com você, mas ao mesmo tempo vão existir o dobro de pessoas que vão dizer pra você desistir. Se você acredita no seu potencial e acha que ele pode transformar os seus sonhos em realidade, leve à serio e faça de tudo pra consegui-los. Você é a única pessoa que pode fazer a diferença. Afinal de contas, você é do tamanho do seu sonho e só você sabe o quanto foi ou será preciso lutar pra chegar lá. Pague o preço agora e pegue a recompensa no futuro.

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