Como funciona o Draft americano?

Conheça mais e saiba quais são as chances de participar do Draft e ser selecionado para jogar a MLS depois de se formar em uma universidade americana?

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Nos Estados Unidos, o sistema de promoção de jovens jogadores aos profissionais dos principais times do país é bem diferente do que acontece no resto do mundo. Em todas as outras grandes ligas, o processo é basicamente o mesmo: Os atletas passam pelas categorias de base dos clubes (mirim, infantil, juvenil, juniores), e aqueles que se destacam assinam um contrato profissional e sobem para o time principal.

Já nos EUA, esse processo de evolução e desenvolvimento até a chegada nos profissionais é bem diferente, e está 100% ligado aos estudos. As categorias de base, na América, são basicamente a escola e a faculdade. O jovem que deseja ingressar no futebol profissional e jogar na primeira divisão do país, deve cursar todo o ensino fundamental e ensino médio, se formar na faculdade, para aí então ser “draftado” por um time profissional.

O que é o Draft?

Traduzindo para o português, a palavra ‘Draft’ significa escolha (“to draft = escolher, selecionar). E é basicamente assim que funciona o sistema de seleção de jovens pelos times profissionais nos EUA. Ao se formar numa universidade e, consequentemente, concluir todos os seus estudos, o atleta que se destacou durante os 4 anos em que jogou a liga universitária americana se torna elegível para o Draft. Isto é, dentre os milhares de estudantes­atletas que estão se formando em suas respectivas universidades ao redor do país, aqueles que mais se destacaram são selecionados como possíveis escolhas a serem feitas pelos clubes da Major League Soccer no evento MLS SuperDraft, que ocorre em Janeiro.

O evento:

O Draft da MLS ocorre todos anos em janeiro, recentemente tendo sido realizado na Florida, e tem como objetivo escolher todos os novos jovens jogadores que irão integrar os principais clubes do país para a próxima temporada. Por volta de 250 estudantes­atletas são selecionados como elegíveis pro Draft e, dentre esses, 84 são escolhidos pelos clubes. As escolhas são dividias em 4 rodadas, em ordem pré­definida por certas regras e também sorteio. Os clubes com os piores desempenhos na última temporada e também clubes novos têm prioridade nas primeiras escolhas, que geralmente serão as dos jogadores com maior potencial, no intuito de manter o nível da liga sempre equilibrado.

É importante frisar que esses jogadores elegíveis ao Draft não têm poder de decisão algum na hora da escolha. Um atleta não tem a opção de dizer não para um time que o escolheu, e/ou optar por uma outra equipe. Aquela equipe que o escolheu será, portanto, a sua casa pelos

próximos anos, na maioria das vezes numa nova cidade, num novo estado e numa nova cultura daqueles que o atleta estava acostumado a morar pelos últimos 4 anos. E isso é algo que demonstra ao atleta a importância de permanecer humilde, e entender que, o fato de ele ter sido selecionado entre milhares de candidatos e estar assinando um contrato profissional é algo tão grandioso que, para onde quer que ele venha a ser escolhido, será algo muito bom para ele.

Um atleta pode ser draftado antes de se formar?

Sim. Um estudante­atleta com potencial para ingressar na liga profissional não precisa esperar até se formar para, enfim, ser draftado por um clube. O atleta, se assim desejar, pode se auto indicar ‘elegível’ ao Draft, podendo então estar entre os possíveis selecionados. No entanto, a partir do momento em que um atleta se torna elegível ao Draft, tendo sido nominado pela liga ou se auto­indicado como uma possível escolha, ele perde automaticamente a sua elegibilidade para jogar o campeonato universitário. Portanto, o atleta deve tomar muito cuidado ao tomar a decisão de largar os estudos para tentar uma chance nos profissionais. Na maioria das vezes em que um atleta toma essa decisão, é por já ter sido contactado por algum treinador profissional e ter a certeza de que será escolhido.

Outro fato muito interessante é que esses atletas que param os estudos na metade para ingressar no profissional têm a conclusão do seu curso garantida. A MLS garante a esses atletas que, assim que encerrarem suas carreiras, ou se por variados motivos acabarem não dando certo no futebol profissional, eles terão seus estudos concluídos e bancados pela própria liga, já que não estarão mais aptos a receber uma bolsa esportiva.

Brasileiros no draft da MLS:

Ao longo dos últimos anos, vários brasileiros que trocaram o sonho de jogar futebol no Brasil por uma chance de estudar, se formar e, ainda assim, conseguir uma chance no futebol profissional dos Estados Unidos, têm sido draftados pela MLS.

Fabio Pereira (University of Michigan/Seattle Sounders),Lucas Baldin (University of Central Florida/Real Salt Lake), Luca Gimenez (Wake Forrest University/Philadelphia Union) e Pedro Ribeiro (Coastal Carolina University/Philadelphia Union) são alguns dos brasileiros que se formaram em uma universidade americana e foram draftados nos últimos 2 anos pela MLS.

Pedro Ribeiro é um grande exemplo de sucesso de um estudante­atleta brasileiro que não desistiu do sonho de ser profissional. O atacante, de 25 anos, trocou a base do Cruzeiro pela oportunidade de estudar e jogar numa grande universidade americana e, após 4 anos jogando a liga universitária e formado com seu diploma na mão, Pedro foi draftado pelo Philadelphia Union em 2014, e hoje joga pelo Orlando City e é companheiro de quarto do Kaká nas viagens e concentrações do clube.

Outros dois brasileiros foram nomeados para o Draft da MLS do último ano, mas acabaram não sendo escolhidos. Victor Parreiras, da University of Texas at Brownsville (NAIA) e Victor Cardoso, da Nova Southeastern University (NCAA DII). Hoje os dois jogam em outras ligas profissionais dos EUA, ainda buscando o sonho de ingressar na MLS.

Nos próximos anos, o número de brasileiros draftados pela liga só tende a crescer, tendo em vista a quantidade de brasileiros que tem migrado todos os anos para o futebol universitário dos Estados Unidos. A oportunidade de estudar, se tornar fluente no inglês, e ainda jogar na MLS, depois de formado, é ÚNICA, e cada vez mais jovens estudantes­atletas brasileiros estão agarrando­se a ela e trilhando seu caminho de sucesso pela América.

Escute o episódio #3 do NextCast, o podcast da Next Level Sports, e saiba tudo o que oferecemos para os nossos estudantes-atletas:

No terceiro episódio, falamos sobre o maior evento do Brasil para atletas que desejam estudar e jogar em High Schools e Universidades americanas. Entrevistamos 3 atletas da Next Level Sports: Bruno Militz, que atualmente está estudando e jogando por uma das melhores universidades do estado da Flórida, a Lynn University; Thiago Barreto, estudante-atleta da Oklahoma Baptist University, e Osíris Bastos, atleta da Next Academy de Recife que participará do III Showcase Nacional em 2016. Confira dando play abaixo:

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