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26 de fevereiro de 2016

Entenda o sistema acadêmico em uma universidade nos EUA

As universidades norte-americanas são semelhantes em termos de metodologia às universidades brasileiras, mas possuem algumas importantes diferenças. Confira agora as principais características do sistema acadêmico universitário nos EUA.


Existem algumas diferenças entre a universidade nos EUA e a universidade brasileira, e algo muito debatido no Brasil é a metodologia de ensino aplicada nas instituições, tanto nos colégios de ensino médio e fundamental, quanto nas universidades. A clássica frase “Para que aprender algo que nunca vou usar?” Permeia as discussões entre estudantes, professores e autoridades acadêmicas, que também já expuseram algumas de suas opiniões contrárias aos procedimentos atuais de educação.

Na postagem de hoje você pode conferir as principais características do sistema universitário nos EUA.

Formas de avaliação

Os métodos de avaliação numa universidade dos EUA são relativamente semelhantes aos aplicados no Brasil. Os mais comuns, porém, não são testes e provas, mas trabalhos escritos, seguidos por apresentações frente à toda classe. Esses são os preferidos do professor universitário americano.

“Papers“, como são chamados por lá, podem ser breves dissertações de duas laudas até longos textos e redações, resultantes de processos extensos de pesquisas, com um requisito mínimo de vinte páginas.

A soma das porcentagens que definem a pontuação final do aluno é um pouco mais complexa. No Brasil, é muito comum que 100% da nota seja proveniente de avaliações como provas e trabalhos. Já em uma universidade nos EUA é levado em consideração muitos outros aspectos.  Em algumas matérias, as provas somadas, por vezes, não chegam a 30% da avaliação total.

Fazendo uma analogia, a sua nota final é como um jogador profissional de futebol que tem o passe dividido entre o clube e mais cinco empresas ou empresários. Presença e participação nas aulas, por exemplo, carregam um peso relativamente grande, e afetam seriamente o aluno que não julga necessário se envolver diretamente nas atividades fora de épocas de provas.

Uma outra diferença categórica é a preocupação e o esforço dos professores para com o desempenho positivo do aluno. É muito difícil ver um estudante sendo reprovado, não por ser um método mais fácil, mas pela genuína ambição dos educadores, numa universidade nos EUA, em formar bons profissionais.

O que o professor americano deseja é a real absorção do conteúdo por parte do aluno, muito mais na prática que na teoria. Testes e trabalhos não muito bons raramente resultam em punição através de notas baixas ou reprovações. Há sempre uma segunda chance, um caminho alternativo. Pontos extras são muito comuns e por vezes somam até 50% à pontuação final. As notas estarão sempre num ótimo patamar, contanto que não falte dedicação e interesse do estudante.

universidade nos EUA - características
Nos Estados Unidos os alunos apresentam trabalhos na frente da classe. (Reprodução: www.merage.uci.edu/)

O que são créditos?

O tempo normal para se graduar em uma universidade nos EUA são quatro anos. Na teoria, são necessárias 40 matérias, que, se divididas igualmente, somam cinco para cada um dos oito semestres. Mas, na prática, os créditos confundem um pouco essa matemática e fazem a diferença. A conta correta a ser feita, quando se pensa na conclusão de um curso, são 120 créditos. Isso porque os créditos podem variar de acordo com a relevância do conteúdo.

A grande maioria das matérias valem três créditos, o que leva à soma exata de 120 créditos, como citado acima, depois de concluídas as 40 matérias. Mas algumas das matérias disponíveis valem um crédito apenas. Geralmente são matérias mais fáceis e curtas, mas ainda assim importantes.

Por isso, o aluno deve prestar muita atenção na hora de montar sua grade escolar a cada semestre, pois corre o risco de ficar com o calendário atrasado, necessitando de um semestre a mais do que o previsto para a graduação. O máximo de créditos permitidos por semestre são 21.

Ps: estudantes-atletas devem ter o cuidado redobrado. A NCAA, principal liga universitária americana, por exemplo, determina como regra que, para estar apto a jogar, o aluno esteja inscrito em pelo menos 15 créditos por semestre. Um aluno que, por falta de atenção, se inscreve em 5 matérias, porém uma delas valendo apenas um crédito, somará 13 créditos e, portanto, estará IMPOSSIBILITADO de competir durante todo o semestre.

Cursos especiais e suas validades

A carreira que se deseja seguir não é algo preestabelecido ao ingressar em uma faculdade norte-americana. O “vestibular“ deles não distingue preferências, e a escolha ainda pode ser alterada durante o curso. O diploma mostrará a especialização de acordo com as matérias escolhidas pelo aluno ao longo dos quatro anos. Se o aluno sonha em ser jornalista, por exemplo, deverá declarar o seu desejo aos advisors, espécie de conselheiros que têm a função de ajudar nas escolhas e planejamentos das aulas e programas.

Matérias de alguns cursos, no entanto, não estarão disponíveis para escolha. Isso porque cursos tradicionais como direito, medicina, odontologia e veterinária só existem como pós-graduação nos EUA. É isso mesmo. Não é possível cursar os quatro anos convencionais de graduação nessas áreas.

O aluno que sonha com uma dessas carreiras deverá, primeiro, se graduar em qualquer outro curso, dentro dos disponíveis em cada faculdade. Não é necessária uma correlação entre os cursos. Por exemplo: um aspirante a médico pode se graduar em geografia ou artes cênicas, sem problema nenhum. O que ele precisa é de um diploma de graduação, independente da área, para então dar entrada em um curso de pós-graduação, e, aí sim, necessariamente, declarar a escolha pelo curso de medicina.

Um cuidado muito importante que o jovem brasileiro deve tomar ao escolher uma carreira como estudante internacional é a validez e a equivalência de alguns diplomas americanos no Brasil. Qualquer curso feito nos EUA deve passar por um processo de revalidação para que seja reconhecido fora do país.

Na maioria dos casos, não há problemas nesse processo, mas o curso de direito, por exemplo, não pode ser validado. O sistema de leis norte-americano é tão complexo que até entre os estados existe um processo de validação. Leis completamente distintas impossibilitam a prática de tal função.

Estudantes brasileiros que sonham, simultaneamente, estudar em uma universidade americana e seguir carreira em uma dessas áreas, devem estar cientes de que estarão fazendo uma escolha de mudança de vida permanente.

As “letras“ e o GPA

O meio acadêmico no Brasil adota, tanto nas escolas quanto nas universidades, o sistema numeral de pontuação. O aluno é avaliado, questão por questão, e a nota final se expressa na forma de algarismos de 0 a 100. Nos EUA, é usado o sistema alfabético. Muitos já devem ter visto, em filmes ou seriados, personagens e colegas de classe comparando resultados após uma prova. Enquanto um pula de alegria ao conseguir um A, o outro chora de tristeza pela obtenção de um F. Mas, afinal, o que significam e o quanto valem essas letras?

A resposta é bem simples. Cada letra, seguindo a ordem alfabética, equivale a 10 pontos num total de 100. Se o aluno pontua entre 100 e 90, por exemplo, fica com a letra A. De 89 a 80 a letra equivalente é o B. C, entre 79 e 70. Letra D vale para aqueles que passam apertado, com a nota máxima de 69 e mínima de 60. Não existe letra E. Pontuou abaixo de 60, é F, a única letra que significa reprovação. (O D não reprova, mas em algumas faculdades é exigido que se curse a matéria novamente se ela for obrigatória. Caso contrário, ela apenas não contará na soma final de seus créditos).

universidade nos EUA - características
O GPA é a média das notas período a período. O calculo é difícil, mas existem sites que podem ajudar o aluno neste cálculo. (Reprodução: www.yourgpacalculator.com).

O GPA (Grade Point Average) é o equivalente ao C.R. (Coeficiente de Rendimento) nas universidades brasileiras. É a soma de todas as matérias, período a período. A soma é complicada. Envolve notas, créditos e o número de matérias cursadas, mas existem sites, como o gpacalculator.net, que fazem essa conta para você de uma forma bem rápida e simples. O GPA vale 4.0. Ter um GPA acima de 3.2 (o equivalente a uma nota 80) é o ideal.

Estudantes-atletas, novamente, muito cuidado: GPA abaixo de 2.0 significa exclusão automática das competições, e dá o direito, por lei, à universidade de remover a bolsa de estudos, não importando a qualidade esportiva do atleta.

Um GPA baixo também pode impossibilitar a obtenção de empregos dentro do campus. Em algumas faculdades, o GPA mínimo requerido para se trabalhar é de 3.0. Numa universidade americana, tudo estará relacionado ao desempenho escolar. Os estudos vêm sempre em primeiro lugar, e as regras são seguidas à risca. Não há jeitinho brasileiro que resolva.

Por mais que o sistema acadêmico americano seja construído em cima de um padrão muito organizado e bem definido, haverá sempre variações de uma faculdade para outra. O mais importante é o aluno se manter atento e bem informado dentro da própria faculdade, constantemente checando com os professores e instrutores todas as tarefas e processos necessários e obrigatórios para cada tipo de curso.

Lembre-se: não existe trabalho difícil. O que existe é a falta de motivação e foco para fazê-lo.

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